Sete mil garimpeiros continuam em atividade na Terra Yanomami, diz Ministério dos Povos Indígenas

  • 27/03/2024
(Foto: Reprodução)
Governo federal prepara uma nova fase de desintrusão com a implantação da Casa de Governo. Estimativa foi divulgada durante balanço da Operação Catrimani, coordenada pelas Forças Armadas. Garimpo do Rangel na Terra Yanomami Alexandro Pereira/Rede Amazônica O Ministério dos Povos Indígenas (MPI) estima que cerca de sete mil garimpeiros ilegais continuam em atividade na Terra Yanomami. O cálculo foi informado nesta terça-feira (26) pelo secretário Nacional de Direitos Territoriais Indígenas do MPI, Marcos Vesolosquzki Kaingang, em uma coletiva de balanço da Operação Catrimani, coordenada pelo Exército. O número de invasores diminuiu 65% em um ano, se comparado ao início das operações do governo federal, quando havia 20 mil invasores no território. Agora, o governo federal prepara uma nova fase para a retirada dos garimpeiros com a implantação da Casa de Governo em Roraima, onde está a maior parte da Terra Yanomami e foco da crise humanitária. "Hoje a gente tem uma estimativa de 6 a 7 mil garimpeiros ou menos que isso, mas são garimpeiros que continuam fazendo o trabalho do garimpeiro que é colocar em risco a vida dos Yanomami [...] Esse é um dos primeiros passos na proteção territorial, a presença do estado brasileiro é crucial e nisso vai ter operação que o [Nilson] Tubino [diretor da Casa de Governo] vai coordenar muito bem", adiantou. Na coletiva, os representantes das Forças Armadas, da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e da Casa de Governo comentaram sobre os resultados da operação Catrimani, iniciada em janeiro, quando a emergência em saúde completou um ano, para atuar de forma emergencial no território. A Catrimani foi criada através da portaria nº 263 do Ministério da Defesa e permitiu a entrega de 15 mil cestas básicas no território. A Marinha do Brasil, Exército Brasileiro e Força Aérea Brasileira (FAB) participaram da operação. Como resultado, as Forças Armadas apresentaram os seguintes números: 374 militares envolvidos; 2.400 horas de voo; 1.100.000 L de querosene de aeronave utilizados; 330.000 kg cestas transportadas; 11.800 cestas lançadas; 5 evacuações aeromédica; 3 apoios à Polícia Federal e Civil. Autoridades apresentaram resultados da operação Catrimani Samantha Rufino/g1 RR Agora, com o funcionamento da Casa de Governo, os militares devem apoiar nas ações permanentes do governo federal no território. Na nova fase, o governo deve atuar em três frentes: desintrusão do garimpo, saúde e alimentação, com a continuidade da entrega de cestas básicas aos indígenas. "Esse trabalho vai ser continuado com uma nova logística, uma outra estrutura [...] para liberar as Forças Armadas para contribuir em outras operações [...] A Casa de Governo está com esse papel de articular esses órgãos em um objetivo comum", explicou Nilson Tubino, o chefe da casa de governo em Roraima. Embora tenha a participação direta dos sete ministérios, o governo federal afirma que todos os órgãos federais estão envolvidos na atuação chamada de "ações permanentes". A Casa de Governo vai funcionar até 31 dezembro de 2026, sob coordenação da Casa Civil da Presidência da República. Operação Catrimani A operação Catrimani ocorreu em conjunto das Forças Armadas com o Ministério dos Povos Indígenas. Com a mobilização dos militares, 200 comunidades foram atendidas com cestas básicas. As entregas foram coordenadas pela Funai. Durante o apoio logístico, as Forças Armadas percorreram 680.000 km, o que segundo o chefe do Estado-Maior do Comando Operacional Conjunto Catrimani, Brigadeiro Eduardo Miguel equivale a 17 voltas em torno da terra. Por conta do tamanho do território, considerado a maior Terra Indígena do Brasil, o chefe do Comando Operacional avaliou que o maior desafio foi vencer as grandes distâncias via aérea, isto porque é a única maneira de acessar as comunidades. "A gente não tem estrada, a gente não tem um rio, então toda essa distância a gente tem que vencer por meios aéreos. Isso traz uma dificuldade adicional porque esses meios aéreos precisam ser supridos com combustível da localidade que a gente vai pegar". Para isso, foram empregados um helicóptero UH-15, da Marinha, um HM-1, do Exército e o Black Hawk, da FAB. Além disso, também foi utilizada a aeronave C-105, da FAB. Cestas foram entregues em cerca de 200 comunidades, segundo o comando da Operação Comando Militar da Amazônia/Divulgação Na avaliação da Funai, a operação teve bons resultados, pois o número de pontos de entrega dentro do território aumentaram de 90 para 177, de acordo com a coordenadora da Frente de Proteção Etnoambietal Yanomami da Funai Elayne Rodrigues Maciel. "Eu digo com muita certeza que nós conseguimos atender toda a região crítica de Auaris e Surucucu. Não temos notícia de nenhuma comunidade que não tenha recebido", afirmou. Porém, segundo a coordenadora, os próprios indígenas não pretendem continuar recebendo as cestas. O apoio só será necessário enquanto não for possível retirar o alimento do roçado feito por eles. Com o início da desintrusão do garimpo, a Funai já identificou vários pontos de roça pelo território. Devido ao avanço do garimpo ilegal nos últimos anos, eles não conseguiam plantar o alimento, isto porque a atividade devasta o território e afugenta a caça. Doentes, os adultos não conseguem buscar comida para a família ou cultivar plantações. "Você precisa ter essa paciência e entender que são ciclos e que eles vão precisar ainda dessa alimentação para não correr o risco de precisar tirar o alimento de uma roça nova e de novo ter ali um quadro de insegurança alimentar, mas o que a gente tem percebido é que tem dado muito certo", avaliou a coordenadora. Operação Catrimani divulga resultados Terra Yanomami A Terra Yanomami é considerada o maior território indígena do Brasil. A região enfrenta uma crise sem precedentes, com casos graves de indígenas com malária e desnutrição severa. A crise foi agravada pelo avanço do garimpo ilegal, principalmente nos últimos anos. Em janeiro de 2023, o governo federal começou a criar ações para enfrentar a crise, com o envio de profissionais de saúde, cestas básicas e materiais para auxiliar os Yanomami. Além disso, forças de segurança foram enviadas para a região para frear a atuação de garimpeiros no território. Mesmo com o enfrentamento, um ano após o governo decretar emergência, o garimpo ilegal e a crise humanitária permanecem na região. Leia outras notícias do estado no g1 Roraima.

FONTE: https://g1.globo.com/rr/roraima/noticia/2024/03/27/sete-mil-garimpeiros-continuam-em-atividade-na-terra-yanomami-diz-ministerio-dos-povos-indigenas.ghtml


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