Casa de Governo inicia nova etapa de distribuição de cestas básicas para Terra Yanomami

  • 13/04/2024
(Foto: Reprodução)
Agora, os alimentos serão distribuídos por uma empresa privada contratada pelo Ministério dos Povos Indígenas (MPI). Antes, as cestas eram distribuídas pelo Exército. Cestas eram entregues pelo Exército Brasileiro Comando Militar da Amazônia/Divulgação/Arquivo A Casa de Governo, instalada em Roraima para combater a crise no território Yanomami, deve iniciar na próxima segunda-feira (15) uma nova etapa de distribuição de cestas básicas para os indígenas. Agora, os alimentos serão distribuídos por uma empresa privada. Antes, as cestas eram distribuídas pelo Exército. A empresa foi contratada pelo Ministério dos Povos Indígenas (MPI) por disputa eletrônica através do Aviso de Contração nº 9002/2024. O contrato tem vigência de um ano e serão distribuídas 9 mil cestas por mês. A assinatura ocorreu no dia 18 de março, na Casa de Governo, em Boa Vista, com presença da presidenta da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana e do secretário nacional de Direitos Territoriais, Marcos Kaingang. Ao todo, ao longo do ano, serão utilizadas cerca de vinte mil horas de voo divididas em várias aeronaves para a entrega das cestas na Terra Indígena, que ocupa uma área de 9,5 milhões de hectares e abriga mais de 30 mil indígenas em 384 aldeias dos povos Yanomami e Ye’Kwana. Em grande parte das comunidades o acesso só é possível por via aérea ou fluvial. Organizada pela Associação Urihi na quarta-feira (10), o MPI participou da programação da II Assembleia Geral dos Povos Yanomami para realizar escutas de propostas das comunidades atingidas pelo garimpo ilegal e demais problemas que agravaram a crise na Terra Indígena. “Visitamos os pelotões de fronteira do exército que servem de base para o armazenamento de cestas de alimentos, que serão entregues por uma empresa civil contratada pelo MPI. Fomos fazer a vistoria e verificar os locais e as estruturas junto com a empresa. Também fizemos um diálogo com os pelotões de fronteira do exército que estão implementando as plotadoras de abastecimento e as demais movimentações para começar a rodar o contrato”, avaliou Kaingang. A nova etapa já havia sido anunciada no mês passado, quando a Operação Catrimani divulgou o balanço das ações no território. Na ocasião, Nilson Tubino, o chefe da casa de governo em Roraima explicou que a contratação da empresa seria para liberar as Forças Armadas para outros trabalhos. "Esse trabalho vai ser continuado com uma nova logística, uma outra estrutura [...] para liberar as Forças Armadas para contribuir em outras operações [...] A Casa de Governo está com esse papel de articular esses órgãos em um objetivo comum", disse. O secretário acrescentou que um teste de percurso foi feito para entender como serão feitas as operações de entrega das cestas de alimentos pelo helicóptero da empresa contratada. Além disso, MPI, Funai e Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) trabalham na composição das cestas de modo específico para a dieta de cada povo e população atendida. O objetivo é entregá-las nesse formato a partir do segundo semestre. “Os Yanomami relatam que a realidade está muito melhor, se comparada ao passado, mas que precisam de outros itens além de seus alimentos hoje. Eles precisam de ferramentas e sementes para fazer suas roças. Querem autonomia”, adicionou o secretário. Mais de 300 Yanomami se reúnem em assembleia para discutir ações de combate a crise Terra Yanomami Com 9,6 milhões de hectares, a Terra Yanomami é o maior território indígena do Brasil em extensão territorial e enfrenta uma crise sem precedentes, com casos graves de indígenas com malária e desnutrição severa. A crise foi agravada pelo avanço do garimpo ilegal, principalmente nos últimos anos. Em janeiro de 2023, o governo federal começou a criar ações para enfrentar a crise, com o envio de profissionais de saúde, cestas básicas e materiais para auxiliar os Yanomami. Além disso, forças de segurança foram enviadas para a região para frear a atuação de garimpeiros no território. Mesmo com o enfrentamento, um ano após o governo decretar emergência, o garimpo ilegal e a crise humanitária permanecem na região. O Ministério dos Povos Indígenas estima que cerca de sete mil garimpeiros ilegais continuam em atividade no território. O número de invasores diminuiu 65% em um ano, se comparado ao início das operações do governo federal, quando havia 20 mil invasores no território. LEIA TAMBÉM: GARIMPO ILEGAL: Sete mil garimpeiros continuam em atividade na Terra Yanomami CONTAMINAÇÃO: 94% dos indígenas de 9 comunidades têm alto nível de contaminação por mercúrio PROFISSÃO REPÓRTER: Indígenas reclamam das condições em casa de atendimento Em março deste ano, 600 indígenas, entre pacientes e acompanhantes, estavam vivendo na Casa de Saúde Indígena Yanomami (Casai), na capital Boa Vista. O local recebe os indígenas que estão com doenças mais graves e precisam receber atendimento de saúde dos hospitais na capital. No dia 2 de abril o Profissão Repórter mostrou como, um ano após a intervenção do governo federal, o garimpo e as doenças trazidas pelos invasores continuam sendo a maior ameaça para os Yanomami. No último dia 4 deste mês, o Instituto Socioambiental em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou um estudo que mostra que indígenas de nove comunidades da Terra Indígena Yanomami têm alto nível de contaminação por mercúrio. A pesquisa aponta que 94% dos indígenas que participaram da pesquisa estão contaminados pelo metal pesado. Leia outras notícias do estado no g1 Roraima.

FONTE: https://g1.globo.com/rr/roraima/noticia/2024/04/13/casa-de-governo-inicia-nova-etapa-de-distribuicao-de-cestas-basicas-para-terra-yanomami.ghtml


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