Paixão de Cristo: como momentos finais da vida de Jesus mobilizam moradores há quatro décadas em cidade no interior de Roraima

  • 29/03/2024
(Foto: Reprodução)
Nesta época do ano, população de Mucajaí se une com uma missão: refazer os passos de Jesus no calvário em teatro a céu aberto. Iniciativa começou com 50 pessoas e hoje envolve mais de 600 integrantes. Paixão de Cristo em Mucajaí completa 40 edições Empresários, servidores públicos, crianças e até uma delegada. Nesta época do ano, moradores de Mucajaí, no interior de Roraima, são tomados pelo sentimento de fé e a cidade se mobiliza em torno da realização da tradicional "Encenação da Paixão de Cristo", espetáculo que envolve mais de 600 pessoas no teatro religioso a céu aberto dos últimos momentos de Jesus Cristo. Sob direção de um morador local e com participação direta da população, a "Paixão de Cristo de Mucajaí", como é conhecido o espetáculo, completa 40 anos de história com mais uma encenação nesta sexta-feira Santa (29). Aberto ao público, a expectativa é atrair ao menos 50 mil visitantes no evento - número 176% maior que os 18.064 moradores da cidade. A encenação inicia às 18h. Ao todo, a peça possui 10 cenas e tem duração de 2h30. 📜 Confira a programação completa Mucajaí fica na região Sul de Roraima, distante 57 km da capital Boa Vista e vive nesta Páscoa o clima de celebração pelas 40 vezes em que a população foi às ruas viver o calvário de Jesus em Jerusalém. Para se ter ideia, a história da cidade se entrelaça com a da encenação: Mucajaí foi oficializado como município em 1988, seis anos depois da primeira apresentação, em 1982. De lá para cá, só não teve o espetáculo nos dois primeiros anos de pandemia da Covid. Além disso, o evento se tornou patrimônio cultural imaterial de Roraima em 2015. Na edição do ano passado, o ator Bruno Guedes interpretou Jesus Prefeitura de Mucajaí/Divulgação “Na época a gente não imaginava que fosse tão longe, se tornasse praticamente definitivo, mas a gente fica feliz em ter dado certo” Para entender como a encenação da Paixão de Cristo mobiliza Mucajaí, o g1 foi até a cidade e conversou com moradores que fazem parte do elenco e da produção e acompanhou o ensaio geral deste evento que se tornou um dos principais no calendário do estado. 🏛️ Cidade cenográfica e famosos no papel de Jesus Quando começou, há 40 décadas, a encenação da Paixão de Cristo era apenas uma iniciativa de moradores que faziam uma via sacra na praça Valério Magalhães, a principal da cidade. Depois, o espetáculo cresceu tanto que chegou a ter apoio do governo. Hoje em dia é organizado pela prefeitura, tem apoio da igreja Católica e até participação indireta de igrejas protestantes. A peça reconta os últimos momentos de Jesus Cristo. Começa a partir da última ceia e segue até o momento da ressurreição. Outras duas coisas mudaram ao longo desses anos: ➡️ Uma foi a interpretação do papel principal. Desde de 2002 Jesus Cristo passou a ser feito por atores de renome nacional. Nomes como Luigi Baricelli, Henri Castelli e Luciano Szafir já interpretaram Jesus no Sul de Roraima. ➡️ Foi construída uma cidade cenográfica no Centro de Mucajaí especificamente para esta época do ano. O espaço leva o nome de Estevam dos Santos, morador que fez o primeiro Judas e que já morreu. Desde 2017, o teatro a céu aberto é onde os moradores contam os momentos finais da vida de Jesus. Cidade Cenográfica Estevam dos Santos A construção tem 10 mil metros de área e foi inspirada na cidade cenográfica de Nova Jerusalém, localizada em Pernambuco, onde ocorre o maior espetáculo do mundo ao ar livre. Lá, há o palácio de Herodes, de Pôncio Pilatos, responsável por condenar Jesus, o local onde Cristo foi crucificado ao lado de dois ladrões, além do templo de Jerusalém, palácio de Sinédrio e o monte onde Judas se enforca após a morte de Jesus. Tudo é pensado para tornar a experiência a mais imersiva possível. Quem assiste ao espetáculo acompanha junto com o elenco o decorrer da encenação pelos seis palcos da cidade cenográfica. Diretor também interpretou Jesus Arquivo pessoal Neste ano, a peça reúne um elenco de 220 atores, sendo a maioria moradores de Mucajaí. Sob a direção do roraimense Harllesson Christian, de 30 anos, pelo segundo ano consecutivo, a encenação tem como tema "Espetáculo de Luz" e pretende mostrar ao público “não apenas da história de Cristo, mas também dos valores de inclusão social, relevância histórica e valorização do artista” Harllesson Christian participa do evento desde criança e inclusive já fez o papel de Jesus. Ao g1, ele comentou como a peça vai além da importância religiosa. "É um prazer estar à frente disso tudo, junto com essa equipe. Participar desse evento que já está no DNA de Mucajaí, para mim, é uma honra sem tamanho. A Paixão de Cristo é algo que nós somos 'apaixonados' e tudo isso é importante para o turismo e economia da cidade", disse o diretor . Cidade cenográfica da Paixão de Cristo em Mucajaí, que completa 40 anos Rodrigo Neres/Prefeitura de Mucajaí/Divulgação 💕40 (+2) anos de história 📜 Os 40 anos de história começaram em 1982, quando um grupo de professores teve a ideia de proporcionar uma experiência diferente durante a Semana Santa em Mucajaí. Neste período, em apenas dois deles o evento não foi realizado: em 2020 e 2021, quando havia restrições da pandemia. A tradicional festa voltou a ocorrer em 2022, quando o ator Henri Castelli interpretou Jesus. Encenação da Paixão de Cristo com José Maria, o primeiro a interpretar Jesus, no papel principal em Mucajai Arquivo Pessoal/José Maria A iniciativa foi do professor Venceslau Catossi. À época, ele mobilizou os colegas Geraldo Pacheco, Raimunda Plácida e José Maria de Oliveira para organizar a peça. Dos pioneiros, apenas Raimunda Plácida e José Maria continuam vivos. Foi José Maria quem interpretou Jesus Cristo pela primeira vez. A função foi exercida 13 vezes por ele. Nos primeiros anos, a peça tinha cerca de 50 atores - número três vezes menor do que o atual, entre professores, alunos e os moradores. Naquela época, a preparação foi feita em apenas 15 dias, diferente de hoje em dia, que a produção se inicia meses antes. “Nós fizemos tudo sem nada de alto-falantes, nada de sonorização. As vestimentas eram lençóis de cama, eram toalhas de rosto, uns panos que se tinham em casa. Foi bem improvisado”, relembra José Maria, ao g1. José Maria, primeiro ator a interpretar Jesus na Paixão de Cristo de Mucajaí, em 1985 e 1986 Arquivo Pessoal/José Maria Há 15 anos José Maria não atua na peça. Não porque não quer. Mas, sim, porque para ele, é importante ter a participação de novos atores, de renovar o elenco. Hoje em dia ele trabalha nos bastidores, dando ideias e conversando com a organização. Exemplo disso foi quando se tornou o responsável por dirigir as primeiras participações de atores nacionais. “Eu dirigi o Luigi Barrichelli por duas vezes, depois dirigi o Luciano Szafir e a Flávia Alessandra [que interpretou Maria]”, relembra. 🎭 Desde então muitos artistas de renome passaram pelo evento: Luigi Barrichelli (2002 a 2003), Luciano Szafir (2004), Dado Dolabella (2005), Rafael Calomeni (2006), Murilo Rosa (2007), Sidney Sampaio (2008), Iram Malfitano (2009), Luciano Szafir (2010) Alexandre Barillari (2011), Carlos Casa Grande (2017), Juan Alba (2018), Rodrigo Andrade (2019), Henri Castelli (2022) Bruno Guedes (2023). Atualmente, José Maria mora em Boa Vista, porém, se organizou para ir à Mucajaí na véspera da encenação para não correr o risco de perder nada. ‘Faço isso com prazer’ Quem também faz parte das quatro décadas de história é o servidor público Reinaldo de Sousa Almeida, de 58 anos. Ele participou de todas as edições, fez vários papéis e até ajudou a datilografar as cenas na época em que não havia o mundo digital. Reinaldo de Sousa, de 58 anos, na 39ª edição da Paixão de Cristo de Mucajaí Prefeitura de Mucajaí/Divulgação Em 2024, ele vai interpretar São Dimas - conhecido como bom ladrão. O personagem foi crucificado junto com Jesus Cristo e pediu perdão ao se reconhecer como pecador. Em anos anteriores, Reinaldo também interpretou “Gestas”, o ladrão mau, que desafiou Jesus a se salvar durante a crucificação. "Participar de todos esses anos é significativo para mim como morador de Mucajaí, e faço isso com prazer, buscando sempre o melhor resultado", afirmou. Pedra em Mucajaí que costumava ser o palco da Paixão de Cristo no município e deve se tornar um mirante de onde se vê toda a cidade Caíque Rodrigues/g1 RR 🎭Tradição que atravessa gerações 👪 Nesses anos, muitos atores, entre profissionais e amadores, passaram pela encenação. Mas, uma questão se manteve: o desejo dos moradores locais de seguir com a tradição ano a ano, passando de geração em geração as falas da peça, ainda que elas sejam as mesmas ditas todos os anos. Uma dessas filhas de Mucajaí é a delegada da Polícia Civil Miriam Di Manso, de 46 anos, titular do 2º Distrito Policial, em Boa Vista. Quando chega a época da Semana Santa, ela deixa de lado a "doutora" e se torna "atriz por uma semana". Nesta sexta, ela interpretará pela 17ª vez Herodiade, esposa do rei Herodes, uma rainha perversa e malvada, responsável por pedir a cabeça de João Batista, apóstolo que batizou Jesus. Delegada Miriam Di Manso também integra o elenco da Paixão de Cristo em Mucajaí Caíque Rodrigues/g1 RR O empenho de Miriam é tanto que todo ano ela deixa avisado na delegacia que durante os fins de semana que precedem a encenação tem "compromissos importantes". Filha da professora Armandina di Manso, uma das fundadoras da tradição (falecida em 2022), a delegada conta que de desde pequena foi incentivada pela mãe a participar do evento. "Desempenhei vários papéis na encenação, como a distribuidora de pão e escrava de Pilatos. Fui dançarina por nove anos até atingir o ápice de fazer o papel da esposa de Herodes, mãe de Salomé, e responsável pela morte de João Batista", conta, com orgulho. Para ela, conciliar os compromissos como delegada com os ensaios e preparativos da encenação é uma questão de "comprometimento". "Sou delegada há 20 anos, mas já participava da encenação há vinte anos também. Consigo conciliar os trabalhos organizando os plantões e outras responsabilidades, dedicando os finais de semana para a encenação". Delegada Miriam Di Manso participa da encenação há 40 anos Arquivo pessoal A relação de Miriam com a encenação é tanta que ela tem até o registro de atriz profissional. "A Paixão de Cristo faz parte de nossa vida há muitos anos, gerando um profundo sentimento de pertencimento à comunidade da encenação, que é como uma família para mim. Não consigo imaginar não estar presente no próximo ano, pois é um compromisso pessoal que me traz imenso prazer". 🤝 Obrigação familiar E por falar em tradição geracional, deste assunto a assistente de aluno Antônia de Melo, 63 anos, entende muito bem. Ela faz parte do elenco como Maria Chorona e também como "povão", como chamados são os figurantes da peça. Ao todo, ela tem oito filhos e 21 netos. E, na família, uma coisa é certa: ela "decretou" que todos participassem pelo menos uma vez da encenação - e tem dado certo. Católica fervorosa, Antônia de Melo participa há tanto tempo, que nem lembra a data exata. E hoje em dia, quando abrem as inscrições para escolha do elenco, é a primeira na fila. Paixão de Cristo Mucajaí família de dona Antônia Arquivo Pessoal/Antônia de Melo "Inicialmente, não participei muito, mas depois achei importante para nosso município e tenho participado regularmente. Todos meus filhos já participaram. Hoje em dia a tradição continua com meus netos”, disse. Os netos de Antônia atuam como "povinho", nome dado à figuração infantil. "É muito importante para o município, trazendo turistas e criando um movimento aqui". Antônia de Melo, de 63 anos, é assistente de aluno e interpreta Maria Chorona na peça Caíque Rodrigues/g1 RR 🎨🔨🧵 Preparação Os preparativos para o espetáculo são intensos. Tudo começa a ser pensado logo no carnaval, antes da Quaresma, com a escalação do elenco entre os moradores. Nada pode sair do combinado, por isso, é importante sempre ter um "plano B" para todas as probabilidades de falha. Atrás de um dos cenários da cidade cenográfica ficam guardados os figurinos, adereços e partes de tudo que compõem a encenação - a maioria são reaproveitados ano a ano, segundo o diretor da peça. Lá também funciona um memorial, com mural de fotos que contam a história dos 40 anos da tradição. Harllesson Christian, de 30 anos, é o diretor da montagem da Paixão de Cristo, em Mucajaí Caíque Rodrigues/g1 RR "Estamos aqui nos bastidores organizando o elenco, montando um pouco de figurino. Claro, nós não trabalhamos apenas hoje. Temos uma equipe trabalhando o mês todo só para a Paixão de Cristo", conta Harlleson. E todo mundo faz um pouco de tudo, desde montar as tochas e testá-las para ver se tudo dará certo, até o ensaio geral, quando há participação até do ator principal. Moradores na encenação na Paixão de Cristo em Mucajaí, no Sul de Roraima Ascom/Divulgação Nem todos os papéis estão abertos para a seleção de elenco. Como há moradores que estão na montagem desde 1982, que começaram como "povão", ao longo dos anos eles vão subindo na escalação e assumindo papel de destaque, uma maneira de valorizá-los. E, além disso, montar o elenco não é tão difícil, porque uma coisa é certa: "os próprios moradores se oferecem para participar", afirma o diretor. 💘 'Paixão cultural’ Há dois anos o papel de Judas é interpretado pelo jovem ator profissional Felipe Gomes, de 20 anos. Quando ele nasceu, a encenação já ocorria há duas décadas. Por isso, garante que a dedicação é maior, ainda mais se levar em conta que trata-se do personagem que traiu Jesus. "Interpretar Judas é uma experiência única e intensa. O personagem é repleto de emoções, sendo bastante explosivo e melancólico, o que representa um grande desafio para mim como ator", disse o jovem ator ao g1. Felipe Gomes interpreta Judas (à direita) pela segunda vez Arquivo pessoal E Felipe sabe que não se trata apenas de uma peça teatral de interior. Envolve a tradição dos moradores com a cultura e com o lugar. "É incrível como tudo isso se realiza. Quando cheguei à Paixão de Cristo, pensava que seria apenas mais uma peça teatral, mas descobri que é um evento completo, onde as pessoas envolvidas fazem parte de uma paixão cultural. É uma honra". 👑 Figurinos Os figurinos também são prioridade na hora de montar a peça. São lanças para os soldados, roupas de época, coroas e artefatos que compõem os looks do elenco. Em geral, o figurino é fixo, mas ajustes são necessários para se adaptar ao perfil do ator – e isso ocorre em 30% das vezes. "Quando temos pessoas que não se encaixam nos figurinos existentes ou quando as roupas estão velhas, precisamos fazer novas. Todo ano, substituímos cerca de 30 a 40% desses figurinos. Por exemplo, este ano, para os 224 atores, precisamos comprar 70 novas sandálias", disse o diretor. Um outro ponto é: essa organização da Paixão de Cristo ajuda até na economia local, com a contratação de costureiras e compras de tecidos novos, quando necessário. "E todos os anos, há contratação de lojas de tecidos, adereços, profissionais para costura, corte e confecção de roupas. Isso movimenta a economia local e é um ponto positivo", pontua o diretor. Parte dos figurinos usados na peça Samantha Rufino/g1 RR Este ano, a missão de confeccionar novas roupas e fazer os ajustes foi dada à costureira Naiana Coelho, de 35 anos. Moradora de Mucajaí, é na própria casa que ela faz o trabalho. "Despacho todos os outros compromissos, as outras costuras, se não, não dá tempo. Esse mês inteiro eu fico fazendo os trabalhos para Paixão", disse. Naiana Coelho, de 35 anos, é a costureira da Paixão de Cristo, em Mucajaí Caíque Rodrigues/g1 RR Além disso, os filhos dela também participam da peça como "povinho". "É gratificante. Quando eu vou assistir, eu vejo aquela roupa que eu fiz. Me sinto maravilhosa", relata a profissional. ✨'É algo muito nosso' A tradição da Paixão de Cristo foi algo que o eletricitário aposentado Paulo Santos, de 55 anos, viu nos primeiros anos e depois passou a fazer parte. A lista de personagens interpretados por ele é extensa: sacerdote, soldado, Pôncio Pilatos, o qual interpretou por 22 anos, e até Judas. Hoje, trabalha como locutor da peça. Paulo Santos, de 55 anos, é aposentado eletricitário, e é um dos cerimonialistas da peça Caíque Rodrigues/g1 RR "Atualmente, temos a cidade abraçada praticamente dentro de um cenário. Antes, passávamos de um cenário para outro, mas hoje é uma cidade [cenográfica] construída completamente de pedra, uma maravilha, como se fosse a cidade da fé", disse o aposentado ao g1. Entre as lembranças desses anos de atuação, ele guarda um susto que tomou quando interpretou Judas, mas que hoje em dia relembra aos risos. Na história bíblica, Judas se matou enforcado por conta do desgosto e do arrependimento. Paulo, ao interpretar a cena, foi "esquecido com a corda no pescoço", o que poderia ter resultado em um fim trágico. Mas ele foi salvo pela esposa. "Houve uma vez em que quase morri. Foi na cena de Judas, durante a forca. Esqueceram de mim na pedra e desligaram as luzes, focando apenas em Cristo. Fiquei sufocando até que minha esposa me encontrou. Faz uns 10 anos, mais ou menos", relembra, hoje rindo, o aposentado. O acidente deixou lições à produção que, ao recriar a cena hoje em dia, redobra os cuidados para o ator que interpreta Judas. Pousada inspirada no cenário da Paixão de Cristo A Paixão de Cristo de Mucajaí, para o empresário Michael Almeida, de 38 anos, não ocorre apenas na Semana Santa, mas o ano inteiro. Isso porque ele transformou a pousada da família em um lugar temático. Nas pinturas da parede, na piscina, e nos quartos, tudo faz referência aos últimos momentos de Jesus e recontam a história. Na área de lazer da Pousada Tia Albertina, há um Cristo Redentor com cerca de dois metros, além de uma miniatura da pedra onde a peça era encenada antes da construção da cidade cenográfica. Tudo ganha ainda mais sentido nesta época do ano. Na área de lazer da Pousada Tia Albertina, há um Cristo Redentor com cerca de dois metros Caíque Rodrigues/g1 RR Michael conta que a ideia é celebrar e registrar a Paixão de Cristo como parte da identidade de Mucajaí, mostrando para os viajantes como a cultura faz parte do patrimônio da cidade. Ele também participa da encenação, onde atua como o personagem mau ladrão. "Nossa pousada segue essa temática, pois é o ponto de chegada para turistas de todo o país e do mundo. Recebemos visitantes de diversos lugares, como Japão, Estados Unidos, Itália, entre outros, que ficam impressionados com nossas características. Durante o período da encenação, há um movimento intenso", disse. Pousada é inspirada na Paixão de Cristo Samantha Rufino/g1 RR A pousada existe há 30 anos e foi fundada pela avó, que dá nome ao local. Os planos de Michael são aumentar o espaço e investir ainda mais na temática Paixão de Cristo. "Essa ideia de tornar o lugar temático foi passada de geração em geração. Sempre gostei de viajar, seja para Venezuela ou Nordeste, e vejo que todas as cidades têm a sua identificação própria, com a sua identidade. A nossa é a Paixão de Cristo, e isso precisa ser lembrado sempre". Michael Almeida é quem comanda a pousada Tia Albertina, no município de Mucajaí Caíque Rodrigues/g1 RR Michael destaca ainda que esta cultura deveria se estender durante todo o ano, como algo próprio de Mucajaí, para atrair atenção e também turistas. "Sinceramente, este ano dobramos o tamanho da pousada para dar prioridade às famílias e às pessoas que chegam. Estamos operando com capacidade máxima, trabalhando por ordem de chegada. Inclusive, sugerimos aos governantes que utilizem nossa estrutura para mais eventos, a fim de atrair mais visitantes e impulsionar o movimento local", finaliza o empresário. 🗻✝️ 40ª Paixão de Cristo: Espetáculo de Luz Elenco se prepara para o primeiro ensaio da montagem da Paixão de Cristo em Mucajaí Caíque Rodrigues/g1 RR A peça costuma mobilizar a cidade inteira porque além da população de Mucajaí, a sede recebe moradores de municípios vizinhos e até de outros estados. Comércios, pousadas e todos os empreendedores locais se unem em torno da celebração religiosa. Por conta da expectativa de público, a cidade deve receber reforço na segurança por meio da Guarda Civil Municipal de Boa Vista, Polícia Militar e Polícia Rodoviária Federal (PRF). Para a prefeita Nega (Solidariedade), o momento é ideal para mostrar o talento dos moradores aos visitantes. “Agrega um contexto geral, o movimento da cidade, a economia, e também a nossa população, porque quem faz parte do nosso teatro é desde a criança até a terceira idade, e o fluxo de profissões é várias. Nós temos funcionário público, nós temos advogada, nós temos professor, então esse é um momento onde a comunidade se reúne para mostrar o que há de bom”, destacou. Além da encenação, a programação inclui missas da igreja católica, cultos evangélicos e shows. São sete dias de evento, que iniciou no domingo passado e encerra neste sábado (30) com show do cantor Eduardo Costa e atrações locais. Local onde Jesus é crucificado na encenação da Paixão de Cristo em Mucajaí Caíque Rodrigues/g1 RR Leia outras notícias do estado no g1 Roraima.

FONTE: https://g1.globo.com/rr/roraima/noticia/2024/03/29/paixao-de-cristo-como-momentos-finais-da-vida-de-jesus-mobilizam-moradores-ha-quatro-decadas-em-cidade-no-interior-de-roraima.ghtml


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